“O POVO CLAMA POR RESPOSTAS”

O Presidente moçambicano (“eleito” graças à fraude da Frelimo), Daniel Chapo, admitiu hoje que o país enfrenta “desafios complexos”, pedindo ao seu executivo criatividade face a um povo que “clama por respostas”.

Daniel Chapo diz que “o nosso país enfrenta desafios complexos que exigem de nós não só coragem, mas também criatividade, resiliência e um foco inabalável na missão de servir o povo moçambicano. O povo clama por respostas”..

O chefe de Estado moçambicano falava durante a cerimónia de tomada de posse de novos conselheiros e do ministro da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Autárquicos e das Assembleias Provinciais, na Presidência, em Maputo.

Para Daniel Chapo, apesar dos “desafios complexos”, para o executivo moçambicano, este é um momento de “renovação” e “grande responsabilidade”.

“Este é um momento renovação, de compromisso e, acima de tudo, de acção concreta em prol do povo moçambicano. Por isso, uma fase de grande responsabilidade”, afirmou.

A reconstrução do tecido social, económico e político são apontadas pelo Presidente da Frelimo como prioridades, bem como o alcance da “independência económica” do país.

“Devemos, deste modo, encontrar caminhos inovadores para superar as dificuldades económicas, fortalecer as nossas instituições e renovar a esperança dos moçambicanos”, acrescentou.

Moçambique vive desde Outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 9 de Outubro.

Actualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e outros problemas sociais.

Desde Outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

Entre os empossados hoje destaca-se antigo presidente da Assembleia da República, Eduardo Mulémbwè, chamado para o cargo de ministro na Presidência para os Assuntos Parlamentares, Autárquicos e das Assembleias Provinciais e o antigo ministro dos Transportes e Comunicações Mateus Magala, que assume a pasta de conselheiro para os Assuntos Económicos e de Desenvolvimento, além da antiga Procuradora-Geral da República (PGR) Beatriz Buchiili, que é a nova conselheira para os Assuntos Jurídicos e Constitucionais.

Recorde-se que o presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique disse recentemente que os protestos pós-eleitorais “quase mataram” 40% do tecido industrial do país, defendendo, por isso, uma política macroeconómica acertada na fase de recuperação.

Salientando o papel que a CTA tem desempenhado na recolha de informações “que afectam a (…) macroeconomia” de Moçambique, Agostinho Vuma disse, em conferência de imprensa, que a confederação tem “consciência de que discursos emocionais podem assustar o mercado”, pelo que apelou ao patriotismo “na procura de solução” para o mercado, “principalmente depois desta onda de violência que quase matou 30 a 40% do (…) tecido industrial moçambicano”.

Em Dezembro, a CTA estimou que mais de 500 empresas foram vandalizadas durante as manifestações pós-eleitorais e pelo menos 12 mil pessoas ficaram desempregadas.

O presidente da agremiação avançou que o sector privado está numa fase de recuperação após as manifestações violentas registadas desde Outubro em Moçambique e que, nesta etapa, a presença de uma política macroeconómica acertada é “muito necessária”.

“Nós almejamos que o Banco de Moçambique vá lado a lado com a visão do Governo recentemente instalado, combatendo a inércia, aumentando a produção e também combatendo situações que minam a macroeconomia para financiar o mercado produtivo”, referiu Vuma.

O presidente da CTA disse que 67 empresas e gestores estiveram reunidos com o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, num encontro em que o sector privado acordou com o chefe de Estado a sua integração no grupo do Governo que faz o levantamento dos impactos dos protestos.

“Tivemos muito bons acordos (…). Estamos a trabalhar com o Governo e nós já não podemos anunciar os resultados, uma vez que tem um grupo específico nisto que estamos a realizar com o sector público”, concluiu, justificando assim não avançar com novos dados do impacto das manifestações no sector.

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